Madiba, para sempre!

De: Pedro Moreira 

Lembro como se fosse hoje, quando comecei a pesquisar sobre os líderes negros que tanto me inspiram até hoje. Malcom X, Martin Luther King, Mandela, Zumbi entre outros.

Na época lia, lia com ódio nos olhos, com pura raiva do racismo que sofria em todos os lugares, na escola, na rua, lugares simples e lugares bacanas, seja comigo ou com meus amigos negros. Não conseguia gostar de pessoas brancas, quem me conhece sabe o quanto eu era revoltado, com preconceito e racismo principalmente.

Quanto mais eu lia, mais conscientizado eu ficava, mais esperto eu ficava, minha percepção estava em um nível muito superior, mas depois de ler sobre a biografia do grande Mandela, minha vida mudou.

Como um cara que ficou preso 27 anos injustamente, por pessoas brancas, conseguiu, perdoa essas pessoas? Não entendia, mas percebi que era nele que eu tinha que me inspirar para ser um homem melhor e menos rancoroso. 

Depois de muito tempo, estudando e colocando em prática os ensinamentos desses caras Malcom X, Luther King e o grande "Madiba", fiz amigos brancos, passei a olhar a sociedade, as pessoas de uma outra forma, meu tratamento com todos mudou, ainda tenho raiva mas não odeio ninguém, desejo sempre o progresso e a união do meu povo, sem deixar de amar as outras raças ou etnias.

Recebi uma notícia de um amigo que está na África do Sul, que o grande Mandela está partindo. É triste para todo mundo, mas é mais triste para todos os negros, pois ele foi nosso grande último líder, um cidadão que lutou pelo fim do Apartheid até o fim, e foi além, buscou a conciliação entre negros e brancos. A morte faz parte da vida, infelizmente, a vida continua.

Se uma reivindicação foi capaz de ganhar as ruas, aguentar os abusos militares em sucessões de atos, tem uma questão muito grave por trás

 O movimento principal composto por grande parte de estudantes, de classe média, saíram ás ruas centrais da cidade de São Paulo, extremamente organizados com alvo no aumento da passagem municipal, que era de R$ 3,00 com o reajuste para R$ 3,20, mas pelo deturpamento da mídia tradicional os manifestantes foram rotulados de arruaceiros e rebeldes sem causa.

A Polícia Militar sempre foi autoritária, comandada por coronéis a várias décadas, comportam um caráter opressor forte, aproveitam aprimorar sua rigidez com seres desarmados.

Mas não vamos falar da polícia porquê Estado autoritário se resolve em parte com voto e democratização do financiamento da mídia;    Se uma reivindicação foi capaz de ganhar as ruas, aguentar os abusos militares em sucessões de atos, tem uma questão muito grave por trás, a infraestrutura de transporte na cidade e Estado é medíocre, os trens das regiões metropolitanas não comportam a população, não funciona direito, a CPTM registrou 147 panes neste ano, as cidades conurbadas à região metropolitana não tem acesso a transportes alternativos, os automóveis lutam com caminhões e motos por espaço nas rodovias, estradas, avenidas e ruas. Os pedágios das rodovias estaduais cobram pedágios abusivos, sendo repetidas seguidas vezes em um mesmo trecho. Viver em São Paulo custa caro, a qualidade de vida do paulistano vem caindo ao longo dos anos, e doenças respiratórias cresce preocupantemente segundo pesquisas. Viver em São Paulo é uma sentença penosa, o Estado precisa reprimir menos e mostrar resultado e a população precisa mostrar seriedade no voto.          

                                              Foto de:  Pedro Chavedar